domingo, 17 de julho de 2011

Apresentação da questão da canalização do Rio Jaboticabal em Astorga-Pr

foto 01: manilhas e marcas p/ divisão dos lotes, 14/07/2011
      A nascente do Ribeirão Jaboticabal é uma Área de Preservação Permanente consolidada no Plano Diretor de Astorga, e juntamente com as nascentes dos rios Taquari e Medina compõem as zonas de interrelação entre o perímetro urbano delimitado - portanto altamente transformado - e os recursos naturais disponíveis em nossa região, especialmente a água.
      Isso deveria ser motivo de preocupação, pois seriam altíssimos os impactos de sua menor quantidade e qualidade sobre a produção agrícola, nossa principal atividade econômica. 

      Com o natural desenvolvimento da cidade, a pressão sobre o seu entorno tem sido bastante intensa e recente, e à medida que as novas construções foram sendo erguidas o leito foi perdendo recarga e portanto força, além da inadequação dos dispersores subterrâneos, da ausência da mata ciliar, do desrespeito à área de infiltração nas casas e serviços públicos, da construção de ruas e casas dentro da APP (foto 03), ou seja, diversas circunstâncias negativas do ponto de vista da manutenção da estabilidade ecológica e hídrica; é verdade que houveram ações que buscaram interromper este ciclo destrutivo, como os plantios recentes de mudas na área da nascente (foto 02), mas faltou, provavelmente, acompanhamento de nível técnico que pudesse garantir a efetiva regeneração da mata, embora haja um trecho com sinais claros, ainda que parciais, da presença da sucessão ecológica secundária ou de regeneração. 
foto 02: Projeto de proteção da nascente, 29/08/2009

      A pouco mais de um ano, havia corrente um projeto técnico para a área que previa a canalização de aprox. 400 metros do curso desde a nascente original; no entanto, as manilhas estão lá (foto 01), e o órgão ambiental responsável - IAP (Instituto Ambiental do Pr) - foi comunicado apenas depois de uma denúncia individual feita ao Ministério Público, indicando que a obra poderia ser feita sem levar em conta considerações básicas que impossibilitariam, a priori, a ocupação deste espaço sem as devidas alterações legais.

       E foi baseado nestas premissas que fizemos outra denúncia ao Promotor, que nos direcionou à Delegacia Civil para a abertura do inquérito - é importante dizer que nunca nos preocupamos em apontar culpados, apenas queremos evitar o grave dano ambiental - ou seja, propomos buscar o esclarecimento técnico sobre a argumento-chave do processo de canalização: a nascente está ou não definitivamente morta (foto 04), e se sim, quais seriam as melhores soluções para a utilização da área no entorno da nascente e do leito do Ribeirão Jaboticabal?
foto 03: novas casas dentro da APP, 29/08/2009
      No próximo post colocarei a nota de esclarecimento enviado ao jornal de circulação regional, e também alguns vídeos que fizemos sobre a presença ou não de água no leito natural, seguido por nossa opinião a respeito da utilização adequada da área, dados os mais recentes casos de acidentes provocados pela incorreta disperção territorial no Paraná, no Brasil e no Mundo.
foto 04: constatação da presença de água, 14/07/2011

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